A
tecnologia na produção audiovisual, além
das novas formas de difusão, impôs a necessidade de
atualizar o ensino e a formação profissional. Assim,
a escola de cinema deve ter uma visão mais acurada das condições
mundiais de produção e de exibição e
eleger novos parâmetros para o ensino, acompanhando essa retomada
do cinema brasileiro, que cada vez mais explora os sistemas tecnológicos,
convergindo com outras mídias, e traz novas possibilidades.
Para discutir esse panorama atual será realizado o 1o Encontro
Ibero-Americano de Escolas de Cinema e Audiovisual, organizado pelo
Cinusp e pela Escola de Comunicações e Artes (ECA)
da USP, no Centro Cultural Banco do Brasil. O evento reúne
seminários e debates com a presença de renomados profissionais
do cinema ibero-americano, além de exibição
de filmes produzidos por graduados que hoje são cineastas
de prestígio, como Allain Fresnot, Sergio Bianchi, André
Klotzel, Paulo Sacramento e Ana Muylaert, entre outros.
O principal
foco do evento é a formação audiovisual, assunto
do debate de abertura, nesta terça, que vai discutir os parâmetros
do ensino e da produção das escolas, incorporando
experiência e projetos de outros países. Com a participação
de Maria Dora Mourão (professora da ECA e diretora do Cinusp),
Carlos Augusto Calil (professor da ECA e diretor do Centro Cultural
São Paulo), Philippe Barcinski (diretor de Janela Aberta
e Palíndrome, ex-aluno do curso de Cinema da ECA), Mitl Valdez
(Centro de Estudios Cinematográficos da Universidad Nacional
Autónoma de Mexico) e Gustavo Letelier (Universidad de Artes,
Ciencias y Comunicación, do Chile).
A expansão
dos novos meios de expressão e das formas de exibição,
resultantes das redes de satélites, das telecomunicações
e da integração crescente entre as tecnologias digitais
de comunicação e informação, e a priorização
da convergência de mídias, rompendo o padrão
linear da produção, distribuição e consumo
de obras audiovisuais são os assuntos do debate desta quarta.
Propostas
para uma política pedagógica serão discutidas
por Luiz Fernando Angerami (ECA), Wilson Cunha (diretor do Canal
Brasil), André Sturm (Distribuidora Pandora) e José
Ramon Miquelajauregui (Centro de Capacitación Cinematrográfica,
do México).
E por
fim, na quinta, serão debatidas propostas de formação
que acompanhem as discussões sobre as políticas de
incentivo à produção e sua relação
com a difusão, além de formas de inserção
das escolas e da veiculação de seus produtos nos diversos
meios. A mesa conta com a presença de Esther Hamburger (ECA),
Orlando Senna (secretário do Audiovisual do Ministério
da Cultura), Valmir Fernandes (Cinemark Brasil), Zita Carvalhosa
(Associação Cultural Kinoforum, Super Filmes) e Ignacio
Rey (Carrera de Imagen y Sonido da Universidad de Buenos Aires).
Haverá
ainda reuniões paralelas no Departamento de Cinema, Rádio
e TV da ECA/USP. Na quinta, das 14h às 17h, estarão
reunidos representantes das escolas filiadas ao Centre International
de Liaison des Écoles de Cinema et Télévision
(Cilect). E na sexta, das 10h às 17h, acontece seminário
com a participação de professores convidados e do
próprio departamento da ECA, que vai abordar os mecanismos
de produção na sua relação teórico-prática
e a inserção dos trabalhos produzidos no âmbito
da escola no circuito exibidor, com estudo de quatro experiências
bem-sucedidas da Argentina, México e Barcelona. Também
serão exibidos vários filmes, entre eles O Sol Alaranjado,
de Eduardo Valente, realizado na Universidade Federal Fluminense,
vencedor do Cinefoundation 2002, evento integrante do Festival de
Cannes dedicado à produção de escolas.
As
exibições de filmes acontecem sempre às 15h,
17h e 19h, e os debates na seqüência das da última
sessão, no Centro Cultural Banco do Brasil (r. Álvares
Penteado, 112, Centro, tel. 3113-3651). A entrada é gratuita,
com distribuição de senhas meia hora antes do início
de cada evento. O Departamento de Cinema, Rádio e TV da ECA
fica na av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443, Cidade Universitária.
Mais informações no site www.usp.br/cinusp ou pelo
tel. 3091-3540.
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