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O BarkTech, protótipo desenvolvido por pesquisadores da USP, vai reduzir o tempo de avaliação do estado de peças metálicas e equipamentos industriais. Atualmente, para se avaliar materiais de caldeiras, carrocerias de automóveis, dutos, trilhos e rodas ferroviárias, é necessário retirar uma amostra do material para análise. “O BarkTech é um aparelho de ensaio não-destrutivo que avalia a peça por meio de uma sonda magnética. Os resultados podem sair na hora. É como um exame de ressonância magnética”, compara o professor Linilson Padovese, do Departamento de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica da USP, e responsável pelo projeto.

O funcionamento do protótipo parte da idéia proposta no início do século 20 pelo físico alemão Henry Barkhausen. “Quando se aplica um campo magnético em uma peça metálica, como o aço, esse material responde com um ruído magnético. Dependendo do padrão de resposta, pode-se saber qual é o estado em que o aço se encontra”, explica Padovese, lembrando que o nome do aparelho é uma homenagem ao cientista alemão. Os estudos foram desenvolvidos no Laboratório de Dinâmica de Instrumentação (Ladin) da Poli e levaram cerca de seis anos para serem concluídos. O protótipo foi finalizado no último mês de julho.

O BarkTech é um equipamento de medição portátil, composto por uma central eletrônica conectada a uma sonda que tem duplo objetivo: gerar um campo de excitação magnético no material a ser analisado e ler a resposta. Essa resposta, chamada de Ruído Magnético de Barkhausen, é enviada a um computador, onde o sinal é analisado e o diagnóstico é obtido.

Mais rapidez – No caso de uma caldeira, por exemplo, os tubos de geração de vapor, com o tempo, acabam passando por degradação térmica. Para avaliar o estado deles, atualmente é preciso recorrer a um método chamado metalografia por réplica, que tem uma série de inconvenientes em seu uso. Com o BarkTech, o teste é rápido e de baixo custo.

Na indústria automobilística, afirma Padovese, o uso do protótipo pode baratear o processo de avaliação de chapas para carrocerias dos automóveis. Atualmente esses testes são feitos por lote, sendo preciso cortar um pedaço do material. Com o BarkTech, a análise é feita por unidade, o que garante uma maior segurança nos resultados além da redução de custos.

O BarkTech também será útil na avaliação do estado da microestrutura de materiais, na análise de tensões residuais e de deformações plásticas, na degradação térmica ou mecânica e no controle de qualidade de superfície. “Já estamos em contato com algumas empresas interessadas”, comenta Padovese.

Poderemos tanto desenvolver equipamentos específicos, de acordo com as necessidades de cada empresa, ou repassar parte da tecnologia aos interessados do setor de ensaios não-destrutivos.” Segundo Padovese, o grupo de pesquisa tem a intenção de solicitar algumas patentes que envolvem o funcionamento do protótipo.


 

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O Jornal da USP é um órgão da Universidade de São Paulo, publicado pela Divisão de Mídias Impressas da Coordenadoria de Comunicação Social da USP.
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