O Risco das Idéias: Intelectuais e Polícia Política (1930-1945)

Álvaro Gonçalves Antunes Andreucci

Álvaro Gonçalves Antunes Andreucci é historiador, mestre e doutorando em História Social pela FFLCH/USP. Entre 1996-2001 atuou como pesquisador do Proin – Projeto Integrado Arquivo do Estado/USP -, onde desenvolveu a pesquisa de Iniciação Científica Cultura Amordaçada: Intelectuais e Músicos sob a Vigilância do DEOPS, publicada na Série Inventário DEOPS. Em 2001 apresentou a dissertação de mestrado O Risco das Idéias – Intelectuais e a Polícia Política (1930-1945), que agora sai em livro. Como tese de doutorado desenvolve a pesquisa Uma Cadeira de Espinhos: O Supremo Tribunal Federal e a Política (1934-1946). É coordenador regional do Projeto de Intolerância Étnica & Política no Núcleo de Estudos sobre Etnicidade, Racismo e Discriminação (Departamento de História, FFLCH/USP) que mantém parceria com o Cesusc – Complexo de Ensino Superior de Santa Catarina. Nesta unidade é professor da Faculdade de Direito e coordenador do Nepi – Núcleo de Estudos sobre Preconceito e Intolerância. Também publicou artigos sobre intolerância, censura e cultura política no Brasil Contemporâneo.

Originalmente uma dissertação de mestrado em história social na USP, orientada pela Profa. Dra. Maria Luiza Tucci Carneiro, O Risco das Idéias – Intelectuais e Polícia Política (1930-1945), em linhas gerais, explora as relações entre intelectuais e polícia política. O estudo recupera a presença e significado na história social e política brasileira de intelectuais comunistas e operários que, embora conhecido das agências de controle repressivo da dissidência política, foram anônimos para a historiografia oficial. A história desse anonimato, de suas táticas e de suas estratégias de ação, do modo como circularam clandestinamente entre os meandros do poder repressivo e do modo como foram registrados em prontuários policiais compõem uma miríade de questões através dos quais o autor vai desfiando o segredo do poder que reprime arbitrariamente e suprime o pluralismo que deve caracterizar uma sociedade livre e democrática. Com acesso aos prontuários da Polícia Política do Departamento de Ordem Social e Política, foi trazido à tona um lado obscuro da sociedade brasileira, mais propriamente os porões da ditadura do Estado Novo (1937-45), em seu trabalho burocrático de vigilância, monitoramento e escrituração do poder político repressivo.

Coleção: Histórias da Repressão e da Resistência

Sobre a coleção: A coleção Histórias da Repressão e da Resistência nos permite avaliar as ações de instituições brasileiras que tem como função a seleção e o controle do cidadão. Por meio desses estudos temos a oportunidade de conhecer o mundo da repressão e também de reconstruir o mundo fantástico da resistência, que, felizmente, não se calou durante os momentos de autoritarismo. 

Esta coleção resulta do inventário do Fundo DEOPS/SP desenvolvido pela equipe de pesquisadores do PROIN, que desde 1996, tem contribuído para construção do conhecimento histórico acerca do exercício moderno do poder por meio das instituições públicas. representa uma conquista que diz respeito ao direito à memória. Expressa o retorno ao estado de direito que restabelece as garantias individuais e as liberdades públicas, entre as quais o direito à informação e à livre circulação de idéias.

São Paulo
Humanitas / Fapesp
2006
ISBN-13 : 978-8577320059
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