Imigrantes japoneses no Brasil: trajetória, imaginário e memória

Maria Luiza Tucci Carneiro,
Marcia Yumi Takeuchi

Maria Luiza Tucci Carneiro é historiadora, graduada e pós-graduada em História pela Universidade de São Paulo. Tanto no Mestrado como no Doutorado tem o racismo e ao antissemitismo como objeto de estudo, ambos publicados no formato livro. Em 2001 apresentou sua Tese de Livre Docência intitulada Cidadão do Mundo: O Brasil diante da questão dos refugiados judeus, 1933-1948. Atualmente é professora Livre Docente dos seguintes programas de Pós-Graduação da Universidade de São Paulo: História Social do Departamento de História/FFLCH; Língua Hebraica, Literatura e Cultura Judaicas do Departamento de Letras Orientais/FFLCH; e Direitos Humanos da Faculdade Direito São Francisco. Coordenadora do LEER- Laboratório de Estudos sobre Etnicidade, Racismo e Discriminação/USP, do Departamento de História/USP.

Marcia Yumi Takeuchi é natural da cidade de São Paulo. É mestre e doutora em História pelo Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade de São Paulo. Integra como pesquisadora o PROIN (Projeto Integrado Arquivo/Universidade) e o LEER/USP (Laboratório de Estudos sobre Etnicidade, Racismo e Discriminação). Atualmente desenvolve tese de doutoramento sobre a questão imigratória japonesa a partir da documentação diplomática e dos periódicos editados entre 1889 e 1954, sob orientação da Profa. Maria Luiza Tucci Carneiro. Essa pesquisa, desde julho de 2006, é financiada pela FAPESP (Fundação de Apoio à Pesquisa do Estados de São Paulo). Também é autora do livro Japoneses: a saga do povo do Sol Nascente.

Este livro é, antes de mais nada, um tributo à comunidade japonesa radicada no Brasil desde o início do século XX. É uma iniciativa da Universidade de São Paulo que, assim como outras tantas instituições brasileiras e nipônicas, se preparou para comemorar o Centenário da Imigração Japonesa (1908-2008). Expressa também o respeito ao Outro, independente da sua nacionalidade, religião, etnia e ideologia política. Aliás, este é um dos princípios que modelam o perfil da Universidade de São Paulo, dos autores e demais instituições que participam deste diálogo que extrapola a academia.
A diversidade de abordagens e temas que sustenta a coletânea demonstra o nosso respeito às diferenças e a valorização de múltiplas linguagens. Cada autor, à sua maneira, procura recuperar os vestígios ou marcas da presença desses imigrantes que, no decorrer de um século, contribuíram (e ainda contribuem) para a configuração da população e da cultura brasileiras. Detectados por meio de nossos cinco sentidos – a visão, o olfato, a audição, o tato e o paladar – os japoneses são parte de um todo, expressão símbolo do nosso mosaico de identidades. Os vestígios expressam as estratégias de resistência da comunidade japonesa que conseguiu sobreviver ao nacionalismo, à xenofobia e à repressão institucionalizada que marcou o governo de Getúlio Vargas entre 1938-1945, dentre outras tantas barreiras sociais.
Em pleno século XXI, a pluralidade das práticas culturais japonesas indica a articulação entre o individual e o coletivo, permitindo a reconstrução da memória dessa comunidade em meio ao Centenário da Imigração Japonesa no Brasil. Em busca desses múltiplos vieses, os autores analisam os saberes e os dizeres da cultura japonesa inscritos na arquitetura, nas artes plásticas, na fotografia, na culinária e na trajetória histórica desse povo milenar. Enfim, não precisamos de grandes esforços e nem de projetos sofisticados para perceber a presença japonesa em nosso cotidiano. Basta ouvir, respirar, tatear e olhar, independentemente de filtros ideológicos e modismos culturais.

São Paulo
Edusp
2010
ISBN-13 : 978-8531411144
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