Prisioneiros da Guerra: “os Súditos do Eixo” Nos Campos de Concentração Brasileiro (1942-1945)

Priscila Ferreira Perazzo

Priscila Ferreira Perazzo é historiadora, mestre e doutora pelo Programa de Pós-Graduação de História Social (FFLCH) da Universidade de São Paulo, onde apresentou a tese Prisioneiros de Guerra: os cidadãos do Eixo nos campos de concentração brasileiros (1942-1945), agora em livro. É também autora do livro O Perigo Alemão e a Repressão Policial no Estado Novo, cujo texto original corresponde à sua dissertação de mestrado. Pesquisadora do PROIN – Laboratório de Estudos sobre a Memória Política Brasileira da Universidade de São Paulo. Atualmente, leciona no Programa de Mestrado em Comunicação da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS) e coordena o Núcleo de Pesquisa Memórias do ABC, nessa Universidade.

Durante várias décadas, o envolvimento brasileiro na Segunda Guerra Mundial permaneceu encoberto por espesso véu de ignorância e de condescendência. Este livro segue a trilha aberta pela nova historiografia brasileira sobre a participação do país na Guerra, contrapondo-se à visão apologética que construiu uma mitologia no imediato pós-guerra. Ele decorre de um trabalho consistente e abrangente desenvolvido no Programa de História Social da FFLCH-USP e do Projeto Integrado Arquivo do Estado/USP e orientado pela Professora Maria Luiza Tucci Carneiro, que resultou na preparação e publicação de um conjunto de trabalhos fundamentais sobre a política das autoridades brasileiras com relação às supostas minorias vinculadas de alguma maneira ao Eixo. A autora designa os espaços destinados pelo Estado brasileiro para reunir os prisioneiros de guerra como sendo "campos de concentração", contrariando outros especialistas que os consideram como simples prisões onde as regras eram de tal modo elásticas, a ponto de ser identificadas como verdadeiras "colônias de férias". Não é necessária a constatação de maus tratos para caracterizar a existência de um campo de concentração. Por outro lado, não deve haver confusão de gênero entre os campos de concentração e os famigerados campos de extermínio.

Coleção: Histórias da Repressão e da Resistência

Sobre a coleção: A coleção Histórias da Repressão e da Resistência nos permite avaliar as ações de instituições brasileiras que tem como função a seleção e o controle do cidadão. Por meio desses estudos temos a oportunidade de conhecer o mundo da repressão e também de reconstruir o mundo fantástico da resistência, que, felizmente, não se calou durante os momentos de autoritarismo. 

Esta coleção resulta do inventário do Fundo DEOPS/SP desenvolvido pela equipe de pesquisadores do PROIN, que desde 1996, tem contribuído para construção do conhecimento histórico acerca do exercício moderno do poder por meio das instituições públicas. representa uma conquista que diz respeito ao direito à memória. Expressa o retorno ao estado de direito que restabelece as garantias individuais e as liberdades públicas, entre as quais o direito à informação e à livre circulação de idéias.

São Paulo
Humanitas/Fapesp
2009
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