Prática Pedagógica: Brincadeira e diversidade

Educador(es) Colaborador(es) Tema Brincadeiras das culturas da infância Brincadeiras utilizadas Objetivos

 

Objetivos Gerais;

1-     Propiciar situações de diálogo entre as crianças por meio da apreciação de imagens e dos relatos sobre a infância dos funcionários que trabalham na Creche.

2-      Valorizar a Brincadeira como uma prática cultural essencial à formação da criança.

3-     Criar situações as quais a criança possa perceber as mudanças que ocorreram no tipo de brincadeira nas diferentes culturas e tempos, assim como nos valores que são peculiares de cada lugar de origem.

Objetivos Específicos:

1-     Ampliar o repertório de canções e brincadeiras das crianças.

2-     Conhecer e valorizar brincadeiras que fizeram parte das experiências de vida dos funcionários da Creche.

3-     Criar contextos de socialização das brincadeiras desses adultos com as crianças;

4-     Explorar o espaço, o ritmo, os gestos e as ações corporais a partir das histórias e  das brincadeiras apresentadas;

 

Faixa Etária Crianças de 5 anos Conteúdo

·         Experiências com uma variedade de brinquedos e brincadeiras que fizeram parte da infância dos funcionários e dos povos que formam as nossas bases culturais.

·         Encontros para compartilhar conhecimentos entre os funcionários e as crianças;

·          Estimular a interação entre as crianças e entre adultos e crianças;

·         Vivências que possibilitem a ampliação de movimentos e de gestos criativos, valorizando as expressões espontâneas das crianças;

·         Explorar temas relacionados aos conteúdos da dança:

1-    Explorar movimentos amplos e restritos, fora da extensão do corpo, no espaço ou de sua aproximação com o centro do corpo;

2-    Explorar a consciência do corpo no espaço quanto ao: níveis (alto, médio e baixo); direção (frente, atrás e lado), caminhos (retos, curvos, circulares, espiralados);

3-    Explorar as ações corporais: locomoção (andar, correr, rolar, saltitar);

Material

·         Livros de lendas e mitos dos povos indígenas e africanos: “Chuva de manga”/” Pequenos Contos africanos”/ Livro e DVD “ Kalapalo – jogos de e brincadeiras do povo Kalapalo”- Produzido pelo SESC SP;

·          DVD “Para todo mundo ficar sabendo” – Aldeia Abelhinha /Mato Grosso ( material produzido pelo MAE-USP( Museu de arqueologia e etnologia da Universidade de São Paulo)

·         Kit com objetos e brinquedos dos povos indígenas (cocares, colares, cestos, sementes diversas, palha de milho, urucum, arco e flecha, pilão e bonecas de palha de milho e madeira);

·         Yó – brinquedo da etnia Xavante ( sabugo de milho e pena de galinha)

·         Boneca de sabugo ou de palha de milho (sabugo, retalhos de tecido, barbante e canetinha hidrocor)

·         Pião de fieira

·         Piorras (tampinhas de refrigerante furada no centro e palito de churrasco);

·         Corda grande

·         Argila e sementes diversas

·         Peteca de palha de milho

·         Peteca de jornal (jornal e barbante)

Etapas

1ª Atividade

-Assistir o DVD “Para todo mundo ficar sabendo” – etnia Xavante.

Levantar algumas questões com as crianças:

Quais são as brincadeiras presentes?  Nós brincamos com os mesmos tipos de brincadeira?  O que é igual? O que é diferente?

- Brincar de roda: etnia Munduruku,  canção - Ô Mama ô ô ô

- Brincadeira de faz-de-conta: O comprador de mandioca

2ª  Atividade

 - Roda da etnia Munduruku: Ô Mama ô ô ô

- Apreciação de diversos objetos indígenas

- Apreciação do documentário sobre o povo Kalapalo;

- Brincar com os objetos: arco e flecha, pilão, sementes diversas, cestos de palha, bonecas de milho, yó (dardo Xavante), cocares indígenas, colares de sementes e penas, peteca e pião de semente, maracá indígena;

3ª Atividade

- Contar a lenda sobre a origem do povo Caiapó

- Roda da etnia Munduruku “O mama ô ô ô

- Construir yó: brinquedo Xavante  feito de sabugo e pena de galinha

- Brincar  de jogar  yó (tipo de dardo)

4ª Atividade

- Petecas: conhecer jogos das etnias:  Xavante –Tob-daé,  Guarani- Mangá , Kalapalo – Kipú-kipú.

- Construir petecas com jornal;

5ª Atividade

- Apreciar imagens de pinturas corporais indígenas de diferentes etnias;

- Organizar as crianças em dupla e propor que um pinte o corpo do outro, usando como referência os desenhos indígenas;

- brincar de joga pau (adaptação de um jogo do povo  Kalapalo)

6ª Atividade

- Encontro com Anaizuede (funcionária de apoio da Creche).

- Conversa sobre a infância, o lugar onde nasceu e viveu, suas brincadeiras preferidas.

- Oficina de construção de boneca de sabugo de milho;

7ª Atividade

- Brincadeira de mão: Popai e Don don Beibe

- Encontro com Eliene (funcionária de apoio da Creche). Conversa sobre a infância, o lugar onde nasceu, viveu e suas brincadeiras preferidas;

Brincadeiras cantadas: O circo pegou fogo. Mememé quer pão? Boi vaqueiro;

8ª Atividade

Encontro com Chiquinho, Sizino e Paulo Cesar (pião). Conversa sobre a infância, o lugar onde nasceu, viveu e suas brincadeiras preferidas.

- Brincar de jogar pião e construção de piorras com tampinhas de refrigerante;

9ª  e 10ª Atividades

- Brincadeira de mão: Popai e Don don Beibe

- Brincadeiras roda e rodas de verso: Roda do Valentim/ Soldado exército/ A caminho de Viseu/ O pião entrou na roda

11 ª Atividade

- Ler história “Chuva de manga” e conversar com as crianças sobre a história;

- Apresentar brincadeira de mão: N’Dule ( Guiné Bissau)

- Apresentar amarelinha da Costa do Marfim (usar a canção N’dule para marcar o ritmo);

- Lembrar-se de outras amarelinhas que conhecemos: caracol, retângulo com duas linhas perpendiculares, sequência com quadrados do tamanho do pé da criança: começar com um e depois dois quadrados, repetir enumerando até o número dez.

12ª Atividade

- Ler mitos e contos Africanos e conversar sobre a história;

Brincar de “Vou passar por aqui” ou  Nygupite Hápa ( Moçambique)

- Brincadeira de roda: Chora Mariquinha (São Tomé e Príncipe)

13ª Atividade

Retomar brincadeira de mão N’Dule

- Apresentar brincadeira de corda: Yalello (Moçambique)

- Lembrar-se de outras canções de pular corda

14ª Atividade

- Conversa com as crianças sobre o encerramento do projeto: escolher as brincadeiras preferidas e organizar uma lista;

- Rememorar as brincadeiras escolhidas;

- Levantar algumas sugestões com as crianças sobre a preparação do espaço e comidas para festa;

- Construir um colar de argila, pena de galinha e sementes para ser usado no dia da festa;

Encerramento do Projeto

- Finalizar o projeto com uma festa: Preparar o espaço com as crianças; pintura corporal; organizar no quintal algumas estações com brinquedos construídos pelas crianças, brincar com os jogos e brincadeiras escolhidas pelas crianças, convidar os funcionários que participaram do projeto e crianças dos outros grupos;

-fazer milho cozido no fogão à lenha, fazer pipoca na fogueira, contar lendas e causos dos povos indígenas e africanos e compartilhar as brincadeiras que aprendemos ao longo do semestre.


Duração 4 meses ( atividade uma vez por semana). Considerações

Ao longo do projeto as crianças tiveram a oportunidade de conhecer uma diversidade de brinquedos e brincadeiras, ouviram histórias da infância das pessoas que trabalham na Creche. Conheceram um pouquinho de como vivem e pensam o mundo, os povos indígenas e africanos por meio dos documentários, dos contos, dos mitos e lendas.

 O contato com as dimensões lúdicas presentes nas diferentes culturas, apontou para o que é comum e suas variações na forma de construir e brincar, como por exemplo: os brinquedos construídos com elementos da natureza, as rodas e brincadeiras cantadas e os brinquedos tradicionais que são muito presentes entre estes povos.

Assim como, conheceram alguns brinquedos que fizeram parte da infância de alguns funcionários da Creche e assim puderam relacionar com as práticas coletivas dos povos que formam as nossas matrizes culturais. 

O projeto trouxe o brincar como elemento essencial para as atividades de Dança, porque considerou que os diversos brinquedos e brincadeiras fazem parte da cultura infantil, pela riqueza de expressões, por ser alegre e valorizar a espontaneidade de gestos e movimentos.

Ampliou o repertório de canções e brincadeiras das crianças e possibilitou o processo de construção do corpo criativo, por meio da improvisação de movimentos e da criação de espaço de convivência e oportunidades para que crianças e adultos  criassem culturas.  Neste sentido, as atividades promoveram muitos desafios corporais, como andar lateralmente na roda, brincar com equilíbrio e desequilíbrio do corpo para pular amarelinha ou coordenar o ritmo para pular corda, nas brincadeiras de mão as crianças precisaram organizar o seu ritmo individual com do amigo, além do desafio de lançar o pião e fazê-lo rodar.

Experiências que  possibilitaram diferentes formas de ver e conhecer o mundo. Além de construírem relações que se pautaram no respeito, na igualdade social e racial, na igualdade de oportunidade e no exercício de uma prática e postura democrática.

Sendo assim, o projeto propiciou espaços de encontros, de convivência, de troca de experiência, valorizando a estética presente nestas expressões da cultura da infância e a construção de uma identidade cultural.

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