Sobre o projeto
BIXIGA artes e ofícios é um mapa colaborativo multimidia dos fazeres de artesãos e artistas do Bixiga
O projeto Bixiga em artes e ofícios: percursos audiovisuais foi concebido pelo Centro de Preservação Cultural (CPC) para estreitar a relação entre a Universidade de São Paulo e a cidade. Para tanto, o CPC convidou moradores, frequentadores e trabalhadores para mapear os fazeres de artesãos e artistas do Bixiga, visando ampliar o conhecimento sobre o patrimônio material e imaterial da região.
Um mapa colaborativo multimídia
O site deste projeto é um ambiente virtual multimídia com a localização, a descrição e os registros escritos, sonoros e visuais dos fazeres das Artes e Ofícios no Bixiga. Um site em permanente construção com base na colaboração de moradores, trabalhadores, frequentadores e interessados na região. Mais do que a tudo mapear, buscou-se dar corpo aos múltiplos significados do Bixiga por meio das percepções de seus próprios viventes. Assim, propositalmente, o site exibe uma natureza afetiva e fragmentada – as texturas, imagens, sons, odores e sabores que mais atiçaram a percepção dos participantes no mapeamento.
Saiba como o mapeamento foi realizado
Para conduzir o mapeamento, foram oferecidas quatro oficinas. Na oficina Cadernos de Viagem, cada participante registrou com lápis, aquarela, canetinha e materiais recolhidos nas ruas seu percurso entre a Casa de Dona Yayá e a oficina/ateliê de um artesão/artista. Na oficina de Observação e Escrita, o desafio foi estranhar o familiar e ir além do senso comum para compor textos que provocam novas formas de pensar o que entendemos como artes e ofícios, muitas vezes embaralhando as fronteiras entre estas práticas. A oficina de Videodocumentário promoveu um exercício do olhar. Ver filmes para fazer filmes. Observar ou provocar? Registrar ou aludir? Em filmes de curta duração destacam-se os sons, gestos e cores das artes e ofícios do Bixiga. Já na oficina de Fotografia, os participantes foram estimulados a perambular pelas ruas para apreender em imagens processos lentos e delicados da produção artesanal do Bixiga. Nas fotos, detalhes de corpos, instrumentos e materiais trazem à luz um pouco da arte e da técnica de trabalhos que escapam da produção em larga escala e do tempo da máquina.
Um lugar comum
O mapeamento evidenciou o Bixiga como um lugar comum, em vários sentidos.
O lugar comum de um Bixiga essencialmente italiano, da igreja e da festa da Achiropita, da rua 13 de maio com suas cantinas.
O lugar comum onde pessoas se encontram para curtir samba, jogar capoeira, participar do teatro de rua, reunir-se na praça e no barzinho para papear, tomar uma cerveja, espairecer e celebrar a graça de se ter, ali mesmo, em pleno centro de São Paulo, um convívio amistoso de cidadezinha de interior ou de periferia de metrópole.
O lugar comum onde várias pessoas vivem seu cotidiano, porque aqui moram, trabalham, estudam, divertem-se, perambulam. Nesse corre-corre, uma gravurista imprime em suas imagens um pouco do movimento de pessoas e carros que ela espia pela janela do seu ateliê. Ao seu redor, o trabalho de um tropel de artistas e artesãos locais se desvela na relação com os clientes: “Meu sapato/vestido/terno/relógio ficou pronto?”, “É possível restaurar essa imagem quebrada de Jesus Cristo?”. Aqui, o espocar da bateria mirim da escola de samba, ali, o zunido da serra do marceneiro, o ronco da máquina de costura do alfaiate.
Além de verde e vermelho, o mapa das artes e ofícios desvela um Bixiga mais colorido. É italiano e também africano, japonês, baiano, pernambucano, mineiro e paulistano. Em vez de imagens-clichê fixadas no tempo e no espaço, um caleidoscópio de diferentes experiências culturais foi sendo construído, com as peças do trabalho minucioso ao qual artistas e artesãos dedicam sua vida – trabalho que a modernidade ora deixa opaco, ora ilumina.
Realização
Centro de Preservação Cultural da USP - Casa de Dona Yayá
Projeto Bixiga em Artes e Ofícios: Percursos Audiovisuais
Coordenação Rose Satiko Gitirana Hikiji
Equipe Letícia Yumi Shimoda, Luciana Lischewski Mattar, Mariana Strassacapa Silveiro, Milton José Bortoleto, Raíssa Monteiro dos Santos, Vitor Yoshio Garulo Takayama.
Edição de texto Adriana de Oliveira Silva
Oficinas Adriana de Oliveira Silva (Observação e Escrita), Fernanda Barreto (Cadernos de Viagem), Sandra Rossi de Araújo Costilhes (Fotografia), Vitor Grunvald (Videodocumentário).
Site Obra Tecnologia
Equipe CPC Arthur Mazzi, Bruna Gabriela Elias, Carla Teodoro, Cibele Monteiro da Silva, Cláudia Rodrigues Alvim D’Arco, Elwis dos Santos, Gabriel Fernandes, Heloisa Tanasovici Cardani, José Tavares Correia de Lira, Letícia Yumi Shimoda, Liana Catunda do Nascimento Guedes, Luciana Lischewski Mattar, Lucimara Vianna, Maria Helena Menezes Garcia, Mariana Todorov, Priscilla Liberato Narciso, Raíssa Monteiro dos Santos, Rose Satiko Gitirana Hikiji, Sabrina Fontenele.
Universidade de São Paulo
Reitor Prof. Dr. João Grandino Rodas
Vice-Reitor Prof. Dr. Hélio Nogueira da Cruz
Pró-reitoria de Cultura e Extensão Universitária
Pró-Reitora Profa. Dra. Maria Arminda do Nascimento Arruda
Pró-Reitor Adjunto Prof. Dr. José Ricardo de Carvalho M. Ayres
2º Suplente Profa. Dra. Marina Mitiyo Yamamoto
Centro de Preservação Cultural da USP
Diretor Prof. Dr. José Tavares Correia de Lira
Vice-Diretora Profa. Dra. Rose Satiko Gitirana Hikiji
CPC-USP Casa de Dona Yayá
Rua Major Diogo, 353 - Bela Vista
São Paulo - SP, Brasil
telefone: (11) 3106-3562
cpcbixiga@usp.br | cpcpublic@usp.br
http://www.usp.br/cpc/
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