A partir de documentos pertencentes aos Fundos João Guimarães Rosa (IEB-USP), informamos a construção do título do primeiro livro de Rosa. Considerando sua fortuna, verificamos que o neologismo sagarana assume significações e usos diversos, tendo sido usado até mesmo para destacar uma série literária, quando passa a recomendar textos reunidos pelo critério de excelência: Coleção Sagarana.
Sagarana instaurou uma polêmica crítica e, ao mesmo tempo, consagrou o autor no quadro da literatura brasileira. Procuramos traçar em breves linhas a fortuna crítica de Sagarana, logo após seu lançamento) assim como as características fundamentais da poética de Guimarães Rosa, conforme suas declarações. Para demonstrar alguns dos procedimentos escriturais do autor) escolhemos fragmentos de "Sarapalha".
Sagarana, depois de longo exercício de escritura, foi entregue ao público leitor em abril de 1946. Os críticos revelaram atitudes diversas diante dos contos de Guimarães Rosa, mas quase sempre procuraram realizar uma leitura orientada pelo cânone de até a primeira metade do século. Reconstituímos a memória da crítica sobre Sagarana, publicada no ano de seu aparecimento. Tomaremos, a título de exemplaridade, alguns recortes de periódicos colecionados pelo autor e que, atualmente, integram o Arquivo JGR, no IEB-USP.