Considerações sobre a obra de Guimarães Rosa e Mia Couto, a partir, especialmente, do conto “Nas águas do tempo”, do escritor moçambicano. Mais que explicitar sua reverência e seu débito intelectual com a obra de Guimarães Rosa, Mia Couto coloca-se na condição de quem recebe dele a herança literária e responde a ela com a singeleza dos meninos sem camisa, acenando seus panos de
improviso na margem do rio e da palavra. Entendendo desta forma, “Nas águas do tempo” não é confissão de parentesco, mas proclamação testamentária de linhagem.