O artigo debate a relação entre a concepção da amizade (philia) e a noção de educação no pensamento de Hannah Arendt e as estórias do sertão de João Guimarães Rosa. Arendt concebe a educação como um espaço de mediação e cuidado entre as gerações, em que as mais antigas têm a responsabilidade de introduzir as gerações mais novas no mundo. Considerando essa perspectiva, aborda-se a possibilidade de pensar a ideia da educação que narre estórias que criem um laço de amizade entre gerações no mundo. Mediante o pensamento de Hannah Arendt e a narrativa do sertão de Guimarães Rosa reflete-se uma educação como amizade na responsabilidade que os educadores têm em transmitir um legado, herança cultural, às futuras gerações.
O presente texto tem como ponto de encontro uma vereda, isto é a possibilidade de convergir um diálogo da imagem literária no conto Famigerado de Guimarães Rosa, com alguns conceitos da linguagem comum na obra Investigações Filosóficas de Ludwig Wittgenstein. Rosa e Wittgenstein são pensadores contemporâneos e inovadores na pluralidade dos conteúdos discursivos, respectivamente, na Literatura e Filosofia, que trouxeram à baila novas expressões linguísticas acerca do cerne da existência humana, a linguagem. O texto, por fim, tem o objetivo de reforçar novas experiências para o importante debate, a partir da ótica da linguagem entre a Filosofia e a Literatura.