Analisa-se em que medida a autorreferencialidade e o lúdico, recursos consagrados de modo particular pelas vanguardas modernas, são articulados na produção de Oswald de Andrade, e como os mesmos se constituem elementos a ser redinamizados posteriormente na literatura brasileira, como nos casos de Guimarães Rosa e de Clarice Lispector.
Inicialmente, com base em Clarice Lispector e em Guimarães Rosa, busca-se pontuar em que medida teria se consolidado na literatura brasileira a noção de “dramatização” e como ela teria se articulado a cenas do aprisionamento. Num segundo momento, tendo como referência Hilda Hilst, analisa-se como, a partir das últimas décadas do século passado, essa noção, ao ser redimensionada, relacionar-se-ia, também, à sedução e à violência, ensejando uma profícua leitura acerca dos papéis de narrador e leitor, bem como da relação texto-contexto.