O presente artigo toma como base o espaço físico na obra Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa e visa investigar a problemática da violência e do poder, partindo da óptica do narrador Riobaldo, que constrói um sertão contraditório. É nessa esfera que barbárie e dominação produzem o coronelismo e o jaguncismo, frutos de uma situação colonial, de uma cultura europeia imposta e uma identidade negada. Com isso, configura-se um binário na sociedade patriarcal: o escravo e o dono da terra. A partir dessa estrutura, o sertão será lido sob a perspectiva teórica de Willi Bolle como alegoria do Brasil e reflexo do sistema político, econômico e social, lendo uma parte para compreender o todo, articulando transformações culturais e realidade brasileira por meio do pensamento sociológico da década 1930.