Os contos “A terceira margem do rio”, de Guimarães Rosa e “Nas águas do tempo”, de Mia
Couto são construções ficcionais nas quais a figura do narrador conduz uma narrativa tomada pelos domínios da memória: são narradores velhos que rememoram uma experiência marcante da infância. Sendo assim, este trabalho tem como objetivo aproximar os dois contos, desnudando as suas similitudes e diferenças. Nessa proposta, pretende-se focalizar a presença da memória na articulação das narrativas e os distintos processos que a rememoração provoca nesse artífice da palavra. De igual modo, intenta-se observar a relação do ser que narra com as demais personagens centrais dos contos, as quais são fundamentais na arquitetura das narrativas e na constituição do estatuto do narrador-personagem.