Este artigo tem três objetivos. Em primeiro lugar, busca analisar o papel decisivo desempenhado pela canção popular na composição do projeto literário de Guimarães Rosa. Em segundo lugar, pretende apontar, ao menos em parte, algumas das razões que ajudam a entender a afinidade do compositor popular brasileiro com a obra de Guimarães Rosa. Em especial, o artigo procura compreender o impacto que a leitura da obra de Guimarães Rosa imprimiu na sonoridade elegante e sofisticada das composições de Tom Jobim ? sobretudo, nos dois discos autorais produzidos na primeira metade da década de 1970, Matita Perê (1973) e Urubu (1975). Por último, este artigo arrisca uma hipótese: a existência de uma longa e venerável trama de vínculos entre a literatura e a canção popular brasileiras.
Este artigo tem por objetivo discutir as matrizes histórico-políticas de interpretação do Brasil contemporâneo a partir da obra literária Grande sertão: veredas, de João Guimarães Rosa. O projeto literário de Guimarães Rosa será analisado como uma proposta possível de releiturade um país que ambiciona a todo custo encontrar um caminho própriode passagem para o moderno.
Este artigo tem por objetivo refletir sobre as pretensões de enraizamento e ancestralidade dos fundamentos políticos do republicanismo no Brasil. Para tanto pretende retomar as formulações sobre o conceito de sertão gerado no interior da imaginação histórica e literária brasileira como um dos caminhos possíveis para interpretação da República e de seus ideais normativos. O recurso à idéia de sertão exprime a importância do registro de imaginação, invenção e simbolização para compreensão do tema da fundação. Nesse cenário, o artigo pretende retomar o conceito de sertão no percurso da imaginação literária brasileira ancorado por três autores: Euclides da Cunha, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa.