Por meio deste ensaio, pretende-se demonstrar como o escritor João Guimarães Rosa dá voz ao contador de estórias seu Camilo, personagem da novela “Uma estória de amor”, do ciclo Corpo de Baile. Nesse sentido, estabelecerei relações entre as anotações e as imagens encontradas nos diários de viagem do escritor, com destaque para a presença do boi na cultura popular brasileira, para verificar em que medida pode-se estabelecer uma relação entre esse animal e a própria linguagem. Nesse percurso analítico, dialogarei com ideias de Derrida, apresentadas na obra A Farmácia de Platão, e conceitos sobre a memória, retomados por Paul Ricoeur do pensamento aristotélico.