A proposta deste artigo é analisar os traços dos textos de João Guimarães Rosa, Johann Wolfgang von Goethe e John Milton, a saber, Grande sertão: veredas, Fausto e Paradise lost, que compõem diálogos poético-bíblicos, cantos paralelos ou transcriações. Este artigo também investigará como o romance brasileiro dialoga com a peça trágica alemã na elaboração e recriação do mito do Diabo e seus desdobramentos, elementos esses que também estão presentes no diálogo entre os textos em alemão e em inglês. A noção de diálogo aqui trabalhada é a estudada por Mikhail Bakhtin, o qual sugere a ideia de dialogismo como constitutivo da intertextualidade, com o texto passando a ser visto como uma absorção de e uma resposta a um outro texto. Neste movimento de absorção de elementos e resposta a outros textos, a lógica do suplemento de Jacques Derrida promove a noção de diálogo com o termo funcionando como a escrita de proliferação de significados.