Partimos do conto “Meu tio o Iauaretê”, de Guimarães Rosa, para propor uma breve reflexão sobre o caráter transculturador da metamorfose que acontece pela e através da linguagem. Linguagem híbrida,como é o próprio narrador-protagonista: um mameluco, filho de índia com branco. Nossa atenção se fixa não só nos usos linguísticos explorados por Rosa, mas também estilísticos: o uso de recursos próprios do campo da comparação, da metáfora, em que se dá a transformação do homem em bicho, do índio em onça, de duas culturas (indígena e branca) e dois tempos históricos (presente e passado).