Trata a relação entre a geografia e a literatura de João Guimarães Rosa. A partir da leitura de seus contos, confrontados com estudos de materialismo histórico que abordam criticamente a territorialização do País, discute-se como a concepção do autor sobre o sertão pode contribuir para um debate geográfico de viés crítico, de maneira a enquadrá-lo entre os pensadores intérpretes do Brasil e seu sentido de formação. Como resultado, compreende-se que sua literatura não só aproximou as duas esferas de conhecimento, como também apresentou as visões de Brasil e de sua constituição dentro dos impasses contextuais de se projetar o país. A contribuição de João Guimarães Rosa para se pensar o sertão como território imbuído de contradições seria um dos grandes legados de todo o conjunto da obra do autor.