Esse texto analisa um trecho da novela “Buriti”, de João Guimarães Rosa, no qual se pode entrever uma menção a um mito da tradição Xerente recolhido pelo etnólogo alemão Curt Nimuendaju. Por meio da análise comparativa dos textos desses autores, é possível estabelecer nexos semânticos entre a mitologia dessa etnia e a fatura literária rosiana, sobretudo em relação ao protagonista, Miguel. Essa relação se dá tanto pela temática da violência, quanto pela associação entre a velhice e a figura do tamanduá, elemento comum na produção dos dois autores estudados.