No conto Conversa de bois encontram-se rastros necessários para a configuração de uma epopeia sertanejo-moderna: há um acontecimento no passado, Manoel Timborna conta ao narrador algo já vivido pelos personagens, como um processo de iniciação para Tiãozinho; a presença do fantástico, quando os bois assumem a condição huma- na da fala, não são mais os deuses do Olimpo humanizados, com ciúmes ou simpatia, mas animais próximos dos homens, fazendo as vezes dos deuses, ajudando o herói; prêmio para o herói; a luta entre forças do bem e do mal; e por último, o uso da memória, na travessia oral entre o narrado e a narração, com um narrador heterodiegético com relação à história contada no passado, pois não participa como personagem. Com base em estudos realizados pelo Professor Anazildo Vasconcelos da Silva, no livro Forma- ção épica da literatura brasileira, a comunicação objetiva encontrar traços da epo- peia no conto em questão.