Este ensaio tem como objetivo apontar aspectos da adaptação do romance Grande sertão: veredas, de João Guimarães Rosa (1956), para a minissérie homônima, dirigida por Walter Avancini (1985), naquilo que manteve de aproximação com a obra literária, e nas opções que romperam com o hermetismo inerente à escrita de Rosa, garantindo a aproximação com o público telespectador e com a crítica. Mais do que uma obra de entretenimento de qualidade, no entanto, três décadas depois do lançamento da minissérie, os registros imagéticos e sonoros feitos em locações predominantemente norte mineiras, se configuram como documentos da memória de um sertão autêntico, em vias de extinção. A pesquisa se apoia em teorias semióticas, estudos sobre o sertão, comunicação de massa e relações entre literatura e audiovisual.