A aproximação entre a escrita do consagrado autor moçambicano Mia Couto (1955- ) e a do brasileiro Guimarães Rosa (1908-1967), já mereceu a consideração de numerosos estudos críticos. O presente artigo volta-se para a produção romanesca de ambos, procurando evidenciar uma outra questão, em geral relegada pela crítica que aborda a interação entre eles: a figura do mediador. Objetiva-se averiguar de que forma a inserção de uma figura mediadora no plano literário, localizada entre as culturas tradicionais rurais e as culturas letradas urbanas, tenta colmatar problemas da tradução linguística, da verossimilhança ficcional no contexto dessas obras e, ainda assim, perspectiva uma espécie de alter-ego narrativo.