Figura emblemática presente no imaginário popular europeu, devido à ascensão do Cristianismo como religião dominante, o Diabo recebeu diversas definições e transformações que o moldaram através dos séculos. Na literatura modernista brasileira, em especial, na obra Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, temos de maneira bem significativa resíduos do Diabo medieval, seguindo os moldes do imaginário cristão vigente na Idade Média, adaptando-se, conforme encontramos na obra do referido autor, à mentalidade do povo cristão brasileiro em pleno século XX/XXI.Sendo assim, o intuito deste trabalho é demonstrar os aspectos residuais da representação do Diabo medieval no romance modernista de João Guimarães Rosa, tendo como método de pesquisa, a Teoria da Residualidade Cultural e Literária, sistematizada por Roberto Pontes e o método comparativo. Portanto, o estudo aqui previsto defende a hipótese de que a representação do Diabo no período medieval está residualmente presente na obra de Guimarães Rosa, bem como na mentalidade do povo brasileiro em plena atualidade.