O artigo aborda questões envolvendo linguagem e olhares políticos a partir do livro Corpo de Baile (1956), de João Guimarães Rosa. Concebendo a produção artística constituída de práticas históricas, percorre-se o corpus literário das narrativas em diálogo com entrevistas e correspondências do escritor, lendo-se a criação artística, simultaneamente, como uma forma de escrever a história, pela estória, que evidencia experiências dos sertões brasileiros, através dos Gerais mineiros, e realiza crítica ao progresso desenvolvimentista no Brasil – presente no contexto da escrita – principalmente através das trajetórias de personagens como “os pobres do mato”. Vivenciando experiências culturais diversas nos sertões, eles reagem também com estranhamento às regras decorrentes de poderes que falam e agem a partir das cidades.