Este estudo propõe um diálogo entre o escritor africano Mia Couto, e o escritor mineiro João
Guimarães Rosa. Serão enfatizadas a oralidade poética e a criação de neologismos nos livros de
contos Estórias abensonhadas, do escritor moçambicano, e Primeiras estórias, do escritor mineiro.
Demonstrarei que as imagens poéticas da nacionalidade constituem respostas, no plano discursivo,
ao desafio de representar as heterogeneidades culturais de cada país. Ofereço ao leitor uma
perspectiva comparada das respectivas obras, em que serão apreciados os contos “A terceira
margem do rio” e “A benfazeja” de Guimarães Rosa, e “Nas águas do tempo”, “O cachimbo de
Felizbento”, e “O cego Estrelinho” de Mia Couto.