Para o sociólogo jamaicano Stuart Hall (2006), o homem pós-moderno constitui-se enquanto um sujeito essencialmente fragmentado e, por assim o ser, deseja incessantemente reconstituir-se. Em face dessa constatação, o propósito do presente artigo é discutir e analisar as problemáticas e dilemas postos aos sujeitos “pós-modernos” e, ao mesmo tempo, elucidar como essas questões se encenam esteticamente no texto literário. Para tanto, a partir das contribuições de teóricos como Linda Hutcheon (1991), François Lyotard (1998), Terry Eagleton (1998) e Ana Paula Arnaut (2002), investigaremos comparativamente os contos A terceira margem do rio (1962), de João Guimarães Rosa, e O conto da ilha desconhecida (1997), de José Saramago. Nessa leitura, buscar-se-á evidenciar como essas velhas identidades, que por tanto tempo estabilizaram o mundo social e cultural, encontram-se representadas ficcionalmente em declínio, corroborando, de alguma maneira, para com o debate acerca da emergência de um novo indivíduo moderno, até então visto como unificado.
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