É bem conhecida a importância que Aristóteles atribui ao "reto prazer" simultaneamente sensível e cognitivo - na Poética. Rosa transforma este elemento no tema aparentemente tão brasileiro e rosiano da "alegria". Elucidaremos, de um lado, as estratégias com as quais Rosa se inscreve firmemente numa longa tradição filosófica e estética; do outro, seu gênio de inovador-despistador, que esconde os problemas filosófico se funde a reflexão nas figuras concretas de suas histórias. elas, apanhamos apenas a lógica implícita do pensamento discursivo, que se apoderade nós com a leveza do prazer - da alegria.
O artigo aborda a temática do humor e da alegria em “Tutameia: terceiras estórias” em estreita conexão com o arranjo formal da obra. Matizados pelas sombras da angústia, da dormência e do trágico, ali, ambos os conceitos, alegria e humor, tendem a ser distanciados da compreensão do senso comum, despontando de uma hermenêutica inteiramente atravessada pela consciência do absurdo. Essa visão de mundo intransparente, ambígua, ao mesmo tempo melancólica e venturosa, não está na base apenas da criação da afetividade dos personagens e da atmosfera narrativa, mas, igualmente, da organização formal de toda a obra, fazendo-se notar em sua estrutura lacunosa e em seu ritmo subjetivo, estranho e desconjuntado.
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