No poema “A um bruxo, com amor”, dedicado a Machado de Assis, e em “Um chamado João”, dedicado a Guimarães Rosa, Drummond posiciona-se – poética e figurativamente – mediante a perspectiva de dois olhares diferenciados, respectivamente, sobre a criatura e o criador, ou seja, no primeiro caso, a voz lírica autoral dirige-se a um “tu” e, investida de persona visitante, adentra “certa casa da Rua Cosme Velho” e traz à tona obras e personagens machadianas; no segundo caso, a voz poética – a partir de um vasto questionamento – interroga-se sobre a veracidade da existência do criador, esse “fabulista, fabuloso, fábula” que foi João Guimarães Rosa. As duas perspectivas – que se estribam no tempo memorial para justificar abordagens poéticas diferenciadas – constituem um diálogo de celebração e homenagem a dois grandes escritores que marcaram o poeta mineiro, quer em termos de memória da escritura (no caso de Machado de Assis), quer em termos de memória literária do escritor (no caso de Guimarães Rosa).
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