Pedro Páramo (1955), de Juan Rulfo, e Grande sertão: veredas (1956), de Guimarães Rosa, valem-se de procedimentos semelhantes para instituir uma aliança entre o leitor e a ficção. Tais procedimentos integram um elenco genérico, passível de descrição, e se empregam com invulgar eficácia nos textos estudados. Sem levar em conta possíveis relações especulares entre a experiência de vida dos autores e suas criações literárias - pressupondo, por exemplo, que Comala é um retrato da infância de Rulfo e que o “grande sertão” de Guimarães Rosa resulta das observações feitas pelo autor em suas viagens pelo sertão brasileiro -, este artigo se propõe realizar uma leitura comparativa dos romances que privilegie alguns recursos técnicos e estilísticos com que logram disfarçar em naturalidade seu artifício.
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