No conto “Duelo”, a partir de uma vendeta mortal cometida por engano, inicia-se uma nova contenda, esta entre dois duelistas que nunca se encontram, distraídos da sua trilha bélica e lúdica, ora pelos achaques de saúde, ora pelas pistas falsas que espalham e que acabam funcionando como auto-engano. Acompanhamos a ironia dessas pistas e rastros, constituintes de um jogo de duplo engodo que perverte a lógica cartesiana simples, e cujo paroxismo consiste no fato de os rivais se cruzarem pelo caminho sem que o percebam, criando-se assim uma atmosfera complexa, eivada de uma lógica suplementar e paradoxal – um jogo de morte que acaba se revelando como a razão de vida dos adversários.
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