A proposta deste breve artigo é discutir a posição ocupada por João Guimarães Rosa (1908-1967) dentro da historiografia literária brasileira, assim como examinar alguns dos mecanismos de canonização que, a despeito do valor intrínseco do objeto literário, elevaram a obra de Rosa a um patamar compartilhado por poucos criadores. Propõe-se, ainda, uma revisão de tal estatuto canônico, capaz de compreender a escritura de Rosa não como matéria alienígena em relação à tradição literária, mas como partícipe de um amplo panorama espaço-temporal no qual o escritor funda raízes e do qual extrai seu instrumental estético.
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