O presente trabalho objetiva analisar a tradição do mito de Fausto no Grande Sertão: Veredas (1956), de João Guimarães Rosa (1908-1967). Para isso, partimos de uma análise da forma mítica e sua função literária, sob a perspectiva teórica de Barthes (2001) e Mielietinski (1987), seguindo para um estudo focado no nascimento, desenvolvimento e importância da lenda de Fausto. Em um segundo momento, a dissertação se propõe a averiguar o texto de Rosa em três critérios: O herói como uma personagem fáustica, atentando ao bildungsroman como processo mediador; o Diabo como fio narrativo e, por fim, o pacto (sob uma interpretação metafísica e social) como elemento portador da tradição mítica da negociação da venda da alma em troca de alcançar determinados objetivos. Para desenvolver esta dissertação, contamos com o apoio teórico de Anatol Rosenfeld (2009) e Antonio Candido (2002) para melhor compreender os elementos que compõe o Grande Sertão como romance moderno, bem como, o posicionamento de Riobaldo como personagem problemático correspondente ao homem moderno. Por fim, citamos ainda os trabalhos As Formas do falso (1972), de Walnice Nogueira Galvão, e Labirintos da aprendizagem (2010), de Marcus Mazzari, como ponto de partida para a discussão aqui proposta.
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