Esta tese objetiva investigar as muitas manifestações religiosas do personagem-narrador
Riobaldo, no romance Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, e sua “inusitada” religiosidade. O foco central da pesquisa é a análise psicorreligiosa dos conteúdos presentes nas falas deste protagonista e, de alguns episódios simbólicos da narrativa. As investigações visam compreender as dúvidas e inquietações, que sempre perpassam o pensamento deste sujeito, considerado o representante universal do “homem humano”. Pressupostos teóricos psicanalíticos de Freud, Lacan, Ana-Maria Rizzuto e alguns seguidores respaldam a prática terapêutica do narrador no contar sobre sua vida. Já velho e, descansando em sua rede, ele precisa falar para se entender, superar suas dificuldades e “atravessar os fantasmas” de sua existência. Sua religiosidade, assim como sua psique, e as formas de compreensão do mundo são tão multifacetadas, que nenhuma religião lhe satisfaz completamente. Mas é através do amor e da reza, que ele busca compreender a realidade, pois considera a religião como “coisa do coração” e a condição de ser solitário e impotente é que o faz crer em Deus.
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