Este estudo relaciona o Discurso de Riobaldo em ‘Grande Sertão: veredas’, de Guimarães Rosa, com a obra da filósofa espanhola Maria Zambrano, destacando, desta, a noção de ‘Razão Poética’. Partindo de aspectos comuns às duas obras, tais como a crítica ao racionalismo dualista, damos ênfase, por um lado, ao caráter filosófico-poético do Discurso de Riobaldo, personagem central e narrador do romance, e, por outro, à relação nem sempre harmoniosa, segundo Maria Zambrano, entre pensamento e poesia na tradição ocidental, reportada a Platão. Do Discurso do personagem/narrador Riobaldo, entendido como representativo da cosmovisão de seu criador, destacamos, as noções de ‘matéria vertente’, ‘sertão-mundo’ e ‘homem humano’. Enfim, a partir de Maria Zambrano, aproximamos a ‘razão poética’ e a ideia de um ‘saber sobre a alma’ para discutir o ‘Pacto de Riobaldo com o Diabo’ na perspectiva da crítica ao racionalismo de viés platônico ou cartesiano, predominante em nossa tradição.
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