Empregou-se o Modernismo brasileiro para realizar, por meio do Grande sertão: veredas (1956), essa travessia pela identidade da área compreendida entre Goiás e Minas Gerais. O objetivo é demonstrar que a retomada, por Guimarães Rosa (1908-1967), dos esteios estéticos que demarcaram essa fase em seu momento inicial nos anos 1920 sem abandonar as obras e vertentes literárias que a seguiram e fatos históricos marcantes, gerou um Modernismo atípico que, por não romper, completamente, com a tradição, recebe a designação de Modernismo tardio. Na obra do ficcionista em questão a ruptura aparece de modo mais contundente que em quaisquer outras obras do terceiro momento do Modernismo, o que levou à inauguração do Pós-Modernismo. O não finalizar encontra, no Grande sertão: veredas, um ponto de contato com a historiografia, até porque o símbolo do infi-nito, no final da obra indica ser a travessia de Riobaldo e Diarorim uma viagem que transcende a narração. Para se chegar aos resultados procedeu-se à leitura da obra, comparando-a com outras obras do mesmo período e da primeira fase do Modernismo; além disso, praticou-se a compatibilização entre a obra e o contexto cultural em que a mesma se insere. Dessa forma, empregou-se, como metodologia a leitura comparativa e as teses da Hermenêutica. O resultado a que a pesquisa subjacente a este texto chegou é de que a culpa de Riobaldo é a mesma de to-dos os homens que se deixam levar pelas circunstâncias, restringindo o olhar na superfície da realidade enquanto nas profundezas pululam as ocorrências que determinam e orientam os destinos do mundo. Outro resultado inscrito no objetivo expresso acima indica que a obra em questão contribuiu para que se iniciasse nova fase na literatura brasileira.
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