Este trabalho pretende, a partir do diálogo com o filósofo coreano Byung-Chul Han (2017) acerca da questão imunológica em seu livro Sociedade do Cansaço, analisar alguns pensares e práticas discursivas circunscritas ao par contágio/contato e concernentes à pandemia de Covid-19 (Corona Vírus) que assola o mundo no século 21, em uma perspectiva literária. Desenvolvendo o diálogo da Filosofia (HAN, 2017; ZIZEK, 2003; BAUDRILLARD, 2001) com a Literatura, a abordagem pretende realçar a presença e a contribuição das Ciências Humanas no entendimento dos eventos que atravessam a sociedade contemporânea em dimensão planetária através de dois eixos que se bifurcam: (1) defender a Literatura e as Humanidades como ciência, área e campo do saber aptos a discutir e analisar as questões humanas e sociais; e (2) construir, com o leitor, uma nova experiência estética de leitura (GUMBRECHT, 2010) em tempos de quarentena. Para isso, serão trazidos alguns exemplos de Guimarães Rosa, Machado de Assis, Frans Kafka e José Saramago, em conexão implícita com algumas chaves contrastantes da argumentação desenvolvida pelo filósofo coreano. Importante ressaltar que o caminho percorrido neste artigo representa um convite ao acompanhamento do leitor no ‘traço-a-traço’ da escritura, de maneira que a experiência enunciada seja ao mesmo tempo vivida e compartilhada no processo de leitura.
Atenção! Este site não hospeda os textos integrais dos registros bibliográficos aqui referenciados. Para alguns deles, no entanto, acrescentamos a opção "Visualizar/Download", que remete aos sites oficiais em que eles estão disponibilizados.