As arquitetônicas sertanejas da ficção de João Guimarães Rosa são as categorias que dimensionam essa ficção como um novo gênero narrativo criado, construído e realizado nos sete livros que a compõem. A finalidade deste trabalho é de apresentar um conjunto de reflexões e discussões para fundamentar a hipótese basilar de releitura da obra rosiana a partir do pensamento teórico-filosófico de Mikhail Bakhtin e de redimensionar a teoria bakhtiniana a partir da literatura de Rosa. A tese se apresenta dividida em duas partes, sendo a primeira de apresentação e discussão da fortuna crítica e das categorias teóricas que servem de anteparo para a segunda parte, a análise da ficção de Guimarães Rosa. Cada discussão está ligada através de reflexões filosóficas e críticas para o estabelecimento e confirmação da hipótese materializada na questão: como a fortuna crítica rosiana pensa o sentido estético e ético da forma literária de João Guimarães Rosa? As respostas são direcionadas e redirecionadas em cada um dos quatro capítulos da primeira parte e demonstradas nos quatro capítulos da segunda parte. Além da teoria bakhtiniana, vários pensadores da Literatura, da Filosofia, da Estética e da Cultura surgem ao longo do trabalho a fim de alicerçar e estabelecer as linhas de argumentação principais da tese: os conceitos de Weltanschauung e de Arquitetônica para definição da ficção rosiana como um novo gênero literário, que está nomeado aqui como narrativa arquitetônica.