Entendendo o texto literário como um campo de presença a partir do qual emerge a interação afetiva entre o sujeito-enunciatário-leitor e os sujeitos do enunciado, as personagens, a intenção do presente artigo é a de mostrar que mesmo os efeitos de sentido patêmicos produzidos sobre o leitor no momento da leitura são passíveis de uma análise semiótica. Nesse sentido, interessa chamar a atenção para o fato de os procedimentos de discursivização e de textualização, enquanto meios de manipulação do acesso do enunciatário aos valores veiculados pelo texto, permitirem a depreensão não só da estruturação semântico-sintáxica do texto a partir de determinada linguagem, mas também das modulações tensivas que sensibilizam o conteúdo transmitido, patemizando de modo específico a leitura do enunciatário, a interação que ele estabelece com os atores do enunciado. Para mostrar como isso se dá, examinaremos as estratégias enunciativas adotadas no conto “Conversa de bois”, de Guimarães Rosa.