Análise literária examina o desenho/ilustração apenas enquanto metalinguagem. Aqui, o conto "As Margens da Alegria" e o livro Primeiras Estórias, de Guimarães Rosa, são examinados numa perspectiva em que o desenho/ilustração é a expressão de uma escrita da visualidade que se manifesta, nos textos de Rosa, pelas paisagens literárias desenhadas por palavras, e, em seus livros, nas ilustrações características das primeiras edições. Esta perspectiva instiga a análise da obra rosiana pela relação entre seus textos e seus livros.
Este artigo tem como objetivo analisar o conflito entre inovação literária e tradição em textos críticos de Wilson Martins sobre João Guimarães Rosa, em contraste com ensaios de Haroldo de Campos em que o autor mineiro é destacado como um expoente da escrita inventiva. Toma-se o conceito de quebra de horizonte de expectativa estabelecido por Hans-Robert Jauss, em A história da literatura como provocação à teoria literária (1994) e no ensaio posterior “A estética da recepção: colocações gerais” (1979), para analisar como as propostas estéticas de Guimarães Rosa interferem na tradição. Martins atuou como crítico literário e escreveu os sete volumes referentes à série História da inteligência brasileira. Nos artigos intitulados “Radiografia de Sagarana” (1979) e “Um novo Valdomiro Silveira” (1991), Martins mostra-se reservado quanto ao valor do autor mineiro, revelando estranheza em relação à sua linguagem considerada, entre os regionalistas, apenas uma expressão menor do pitoresco. Como