O presente texto tem como objetivo analisar a obra Grande sertão: veredas de Guimarães Rosa, um importante nome da literatura brasileira. O fio condutor desta análise é o conceito de experiência presente no pensamento de Maurice Blanchot e Walter Benjamin. A experiência aparece aqui tanto para compreender o exercício da escrita, enquanto narrativa, como para compreender a relação do ser humano com o mundo. Nesta compreensão buscarse- a pensar a relação possível entre a literatura, filosofia e educação, em um diálogo constante com a própria vida.
Este artigo aborda a influência de Diadorim sobre Riobaldo em Grande
Sertão: Veredas, pela perspectiva filosófica do sublime e da coragem (Schiller e outros), baseando-se em concepções de Walter Benjamin e dialogando com a crítica de Willi Bolle. O ensaio identifica, na obra-prima de Guimarães Rosa, uma relação importante entre o sublime, associado a Diadorim a partir de elementos levantados por Benjamin, como a figura guia, o amor provençal e o justo hermafrodita, e a coragem demonstrada por Riobaldo. Finalmente, contribui para a avaliação de Bolle quanto ao caráter dialético e verossímil do texto literário no que concerne à coragem desse personagem, em comparação com a representação do sertanejo em Os Sertões, de Euclides da Cunha.