ISSN 2359-5191

16/12/2013 - Ano: 46 - Edição Nº: 119 - Educação - Faculdade de Educação
Ambientes favorecem presença da tecnologia na educação
Poder público e empresas integram zona de convergência
Marcio James - SemCom

Atualmente, as escolas se veem pressionadas a aderir à modernização via tecnologias e acompanhar o ritmo acelerado de renovação dos sistemas e das linguagens. Isso ocorre porque o ambiente educativo está inserido em diversos campos sociais que contribuem para criar uma atmosfera favorável que torna o processo de adaptação incontestável ou mesmo natural.

É o que afirma a pesquisadora da Faculdade de Educação da USP (FE) Michelle Prazeres, autora da tese A moderna Socialização escolar – um estudo sobre a construção da crença nas tecnologias digitais e seus efeitos para o campo da educação. Nela, Michelle apresenta o estudo particular de quatro campos sociais: poder público, empresas, mídias e universidade. Por meio da análise de 86 documentos relacionados aos campos em questão, como relatórios da empresa Microsoft e notícias relacionadas à educação nos jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, foi possível observar os valores e simbologias intrínsecos a cada um que permitem a criação de uma “zona de convergência”, da qual, na visão da pesquisadora, “fica difícil escapar”.

Após várias leituras, Michelle dividiu os documentos nas categorias Impacto, Tendências e Linguagens, onde entraram questões como segurança, praticidade, gestão e práticas pedagógicas. Ela chegou à conclusão de que as abordagens nos diversos aspectos analisados são muito semelhantes ao ressaltar as qualidades e vantagens do uso da tecnologia nos diversos ambientes. “Existe um consenso de que as tecnologias são algo positivo para a educação e que seriam capazes de transformá-la, de revolucioná-la”, afirma Michelle, “incidindo sobre a qualidade da educação ao transframar a vida das pessoas envolvidas no processo de aprendizagem e ao trazer inovações  para a sala de aula e as práticas educativas”.

Para embasar sua tese, a pesquisadora fez uso da teoria da socialização, segundo a qual o indivíduo negocia de diversas maneiras com as informações que recebe das instâncias socializadoras, nas quais os quatro campos estudados estão inseridos. O tema da tecnologia, por estar dentro desta lógica, fica sujeito às visões de cada campo e chega ao indivíduo por meio das relações que ele tem com as instâncias. Se o ambiente universitário produz artigos e pesquisas ressaltando os benefícios deste tipo de modernização, por exemplo, o estudante do ensino superior não encontra um discenso sobre o tema vindo de tal instância.

“O ambiente escolar é influenciado por esta atmosfera de positividade e se vê pressionado a estar dentro deste mundo”, aponta a pesquisadora. “Assim como outras instituições e indivíduos da nossa sociedade, a escola sofre influência desta atmosfera e por outro lado, também a reforça ao adotar as tecnologias para a educação.”


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