ISSN 2359-5191

04/06/2014 - Ano: 47 - Edição Nº: 19 - Saúde - Faculdade de Medicina
Pesquisa busca estabelecer paralelo entre memória e envelhecimento

Nos últimos 50 anos a expectativa de vida do brasileiro cresceu, em média, 20 anos. Estamos vivendo mais, porém, com a longevidade surgem novos problemas. O aparecimento de doenças neurodegenerativas, como por exemplo o Alzheimer, que afetam principalmente a capacidade cognitiva, são consequencias naturais dessa maior expectativa de vida e, mesmo aqueles que não são afetados por essas doenças, sentem mudanças nas funções cognitivas com o passar dos anos.  Pensando nisso,  pesquisadores do Laboratório de Neuroimagem em Psiquiatria (LIM-21) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP), iniciaram a pesquisa “Memória e Envelhecimento”, com o fim de compreender como a função cognitiva, em especial a memória, é afetada pela idade.

Enquanto existem diversos estudos que possuem como enfoque as doenças neurodegenerativas, falta conhecimento sólido sobre o, assim chamado, “envelhecimento normal”. É nesse aspecto que esse estudo se distingue, pois busca “entender o que acontece com as pessoas que não tem o diagnóstico [da doença], nem nenhuma alteração clara, mas tem esse declínio da memória”, afirmou o pesquisador Luiz Kobuti Ferreira, um dos coordenadores do estudo. Além disso, a pesquisa poderá ainda auxiliar outras, que estão estudando sobre as doenças em si, a ter uma base sobre o funcionamento do envelhecimento normal, focado na questão da memória.

O estudo inclui  jovens, pessoas de meia idade e idosos, dos 18 até 75 anos. Desse modo, vão investigar o funcionamento da memória e de outras funções cognitivas em adultos de diferentes idades e, ao mesmo tempo, coletar informações acerca o neurofuncionamento cerebral. Com isso vai ser possível verificar como as diversas funções cognitivas mudam, de acordo com a faixa etária, e qual aspecto do funcionamento cerebral que está associado à diferentes padrões de função cognitiva.

Todas as pessoas passam pelas mesmas avaliações e são avaliadas conforme suas semelhanças: não possuem nenhum diagnóstico, escolaridade equivalente e proporção análoga de homens e mulheres, sendo a única coisa que as difere, a idade. “Ao avaliar a memória nesses diferentes grupos,  podemos perceber que existe alguns aspectos da memória que declinam conforme a idade, enquanto outros aspectos se mantém inalterados”, diz Ferreira.

Os voluntários primeiramente respondem um formulário no próprio site da pesquisa e, desses, alguns são chamados para avaliação presencial. Nesse primeiro momento há um contato com uma neuropsicóloga e um neuropsiquiatra para uma análise das funções cognitivas. Após isso, há uma segunda avaliação em que é feita uma ressonância magnética. A RM é um aparelho que funciona com campo magnético para mostrar o funcionamento cerebral de forma não invasiva. A partir dela se cria informações cerebrais em que é possível observar qual a relação entre a memória e as funções cerebrais.

A partir dessa pesquisa será possível identificar quais são as regiões cerebrais importantes, envolvidas entre funcionamento cerebral e memória, e se vale a pena continuar investindo nessa linha de investigação.

Caso você seja mulher, entre 65 e 75 anos, você ainda pode ser voluntária dessa pesquisa. Basta preencher o formulário que se encontra no site: www.cerebro.med.br

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