O Cinusp Paulo Emílio apresenta, como é tradicional da instituição, uma retrospectiva de um diretor europeu ligado às “ondas “ cinematográficas europeias de meados do século 20. Diferentemente do festival ocorrido em 2012 que celebrava os filmes do francês Louis Malle, atualmente não serão apresentados longas da célebre Nouvelle Vague, mas de um movimento um pouco menos conhecido, e de um diretor igualmente importante. Želimir Žilnik é o mais expressivo realizador do movimento conhecido como “Onda Negra Iugoslava”, que foi responsável pela modernização do cinema daquele país e pela eclosão de uma significativa geração de profissionais da área.
Žilnik é um cineasta plural, de obra extensa e longeva. Fez de sua obra um instrumento que o possibilitou transpor fronteiras nacionais e de gênero. O diretor inaugurou um método heterodoxo de realização, além de seguir carreira acadêmica, lecionando na Universidade de Novi Sad. Ainda vivo, e produtivo, aos 72 anos, Žilnik segue dirigindo filmes surpreendentes.
A mostra propõe a abertura de um canal de discussão para fomentar abordagens em torno dessa importante “onda”, que se destaca pelas contradições, pois sua importância é inversamente proporcional ao seu desconhecimento. Atrelado ao evento também está a publicação do 5º volume da Coleção Cinusp, dedicado à obra de Žilnik e à ”onda”, no qual estão incluídos textos críticos sobre seus filmes e sobre o movimento, além de uma filmografia ilustrada e entrevistas com o cineasta.
Esta retrospectiva parcial da obra de Žilnik, que ocupa a sala do Cinusp na Cidade Universitária e também a sala Carlos Reichenbach do Centro Universitário Maria Antônia entre os dias 19 de maio e 1º de junho. Segundo a organização da mostra: “É uma oportunidade única para que os amantes do cinema entrem em contato com seus trabalhos mais importantes – a maior parte deles inédita no Brasil –, em um cenário que procura abordar tanto as inovações provenientes da Black Wave quanto de suas elucidações.”