ISSN 2359-5191

01/09/2014 - Ano: 47 - Edição Nº: 49 - Economia e Política - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
Conflito entre autogestão e heterogestão modifica as relações de bem estar no trabalho
Pesquisa aponta presença de paradoxos no sistema de cooperativas
Existem mais de 6 mil cooperativas no Brasil

A economia solidária, representada principalmente pelas cooperativas, é um fenômeno que tem crescido em países como o Brasil, onde as desigualdades sociais são latentes. Visando compreender melhor a questão, uma pesquisa produzida na Faculdade de Economia e Administração (FEA) analisou uma cooperativa tanto na parte de gestão administrativa quanto de bem-estar social das pessoas envolvidas.

Desenvolvida pela pesquisadora Luciene Lopes Baptista, a tese tem como pilar principal a Cooperativa dos Trabalhadores de Arte em Vidros e cristais (Cotravic) e partiu de uma ideia inicial embasada no tema da qualidade de vida no trabalho. Os principais pontos tratados foram como os trabalhadores associados percebem qualidade de vida e que fatores são considerados geradores de bem-estar sob o modelo da autogestão.

O modelo de autogestão se baseia em um sistema no qual não há patrões, e as pessoas envolvidas decidem entre si, de forma democrática, o planejamento da empresa. Foi observado na pequisa que o comportamento de autogestão acaba de confundindo com o de heterogestão, principalmente em razão das influências do sistema capitalista: “Os resultados evidenciaram a existência do paradoxo autogestão e heterogestão nas práticas de gestão do empreendimento econômico solidário.” Luciene ainda complementou: “Esses paradoxos são principalmente relativos as instâncias de tomada de decisão e participação democrática  dos membros e remuneração do trabalho realizado, revelando oscilações quanto à satisfação com a qualidade de vida no trabalho em função de padrões autogestionários e heterogestionários de gestão do trabalho”, afirma Luciene.

Segundo a Organização das Cooperativas Brasileiras em 2011 já haviam cerca de 6 mil cooperativas associadas com quase 4 mil empregos gerados. As cooperativas movimentaram no mesmo ano mais de U$ 6 bilhões em exportações, segundo dados da Organização das cooperativas do Brasil.

Para Luciene, a pesquisa pode ajudar a implementar medidas quanto às cooperativas: “Acredito que este estudo pode contribuir para amplificar a produção cientifica em torno da proposta da economia solidária, aprimorando ferramentas de gestão que possam apoiar e fomentar o surgimento e a manutenção dos empreendimentos econômicos solidários enquanto alternativas reais de inclusão social e econômica para uma massa de trabalhadores excluídos do mercado de trabalho”.

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