São Paulo (AUN - USP) - O encontro do Programa Educação pelo Esporte reuniu, nos dias 2, 3 e 4 de junho, 14 projetos desenvolvidos pelo Instituto Ayrton Senna e um pelo Instituto Guga Kuerten para um evento que promoveu o intercâmbio entre experiências de cada projeto.

Nos três dias do evento, foram desenvolvidas oficinas esportivas que simulavam atividades realizadas com seus educandos. “No encontro, porém, os participantes que simulavam as dinâmicas eram os próprios monitores e educadores dos outros projetos. Ao final de cada atividade e de cada dia, eles se reuniam e trocavam idéias a respeito das experiências vividas e de que forma poderiam adaptar e assimilar as individualides presentes em cada oficina às atividades regulares de seus projetos”, falou Marcos Vinicus Moura e Silva, coordenador do Programa Esporte Talento (PET), desenvolvido nas dependências do Cepeusp (Centro de Práticas Esportivas da USP).

As oficinas tiveram suas programações baseadas em um documento que norteou o Ano Internacional do Esporte e da Educação Física, estabelecido pela Organização das Nações Unidas.Deste documento, foram extraídas quatro subtemáticas relacionadas ao esporte que deram o tom de cada uma das oficinas: o desenvolvimento, a Educação, a Paz e a Saúde.

Cléo Araújo, do Programa Educação pelo Esporte, diz que o tema do encontro foi escolhido devido ao documento da ONU apresentar um princípio comum ao programa: desenvolver competências através do esporte. “Em vez de um mergulho em nossa própria teoria, decidimos promover esse casamento. O encontro é uma maneira de deixar os projetos mais vivos e criativos. Poderíamos colocar todas as informações sobre as atividades em um site, mas trazer todos para viverem as experiências é bem mais construtivo”, afirma.

Um exemplo da relação entre as atividades desenvolvidas e as temáticas do ano, é a oficina “Pacto de Convivência” do Projeto Córrego Bandeira, ligado à Universidade Federal do Mato Grosso do Sul – realizada com o tema da paz. Nela, os participantes disputavam uma partida de futebol em que precisavam simular alguma deficiência física: alguns só podiam usar uma das pernas, outros jogavam com os olhos vendados, ou tinham que jogar de mãos dadas comum companheiro. A intenção é que todos trabalhassem com as diferenças e conseguissem aceitar e assimilar as limitações dos companheiros de uma forma natural, desenvolvendo, assim, valores como a cooperação, a flexibilidade e a confiança. Segundo o documento da ONU, “o esporte, enquanto linguagem universal, pode se transformar em um poderoso veículo para promover a paz, a tolerância e a compreensão”.

Ainda com a temática da paz e centrado na paixão nacional, o futebol, o PET também promoveu uma dinâmica diferente: quatro partidas aconteciam simultaneamente, os jogadores trocavam de times a toda hora e contagem de pontos era feita individualmente e coletivamente. “Buscamos assim, demonstrar a importância de cada jogador no time. Frisamos a importância de cada um e da equipe nos resultados de um campeonato, por exemplo”, conta o coordenador do projeto.

Para finalizar o encontro, os professores José Sérgio, da FE-USP (Faculdade de Educação) e Go Tani, professor da EEFE (Escola de Educação Física e Esporte) e diretor do Cepeusp, participaram de um bate-papo com os educadores a respeito de diferentes visões e implicações da educação e do esporte. “O resultado de eventos como este é bastante positivo. Vermos como cada um trabalha com os jovens de seus projetos dá um subsídio a mais para o trabalho do dia-a-dia, pois podemos adaptar atividades para nossa realidade. E além da troca de experiências como educadora, participar das oficinas é um resgate da infância”, finaliza Márcia da Silva, coordenadora do Projeto Kuramoto, desenvolvido no Mato Grosso do Sul.