A falta de ações voltadas para a saúde em regiões carentes e em desenvolvimento contribui para o aumento dos índices de doenças e problemas de saúde. Nesse contexto, se faz necessária a adoção de técnicas e procedimentos acessíveis a essas regiões, que não contam com recursos para aquisição de tecnologias ou mesmo recursos humanos. Na área da saúde auditiva, métodos de triagem à distância se tornam facilitadores, inclusive para áreas que não possuem profissionais especializados.
O diagnóstico de perda auditiva ainda na infância é muito importante, porque uma vez diagnosticada uma perda auditiva reversível, a criança já pode ser encaminhada para tratamento. Caso a perda seja irreversível, é importante a colocação de próteses auditivas para que não haja muito prejuízo no seu próprio desenvolvimento. Por isso, é imprescindível que sejam realizados métodos de triagem em escolares, mesmo em regiões que não possuem estrutura profissonal e tecnológica para isso.
Uma forma de driblar esse problema é através da teleaudiomentria, em lugar da audiometria por varredura ou tonal, por exemplo. “A teleaudiometria é uma simulação dos padrões de uma audiometria à distância, no qual o "paciente" sinaliza ao ouvir o estímulo e os resultados computadorizados são enviados a um fonoaudiólogo, que faz a análise”, explica a fonoaudióloga Maíne Botasso.
Esse método de triagem apresenta vantagens pelo fato de ser à distância, o que reduz os gastos para o Estado, para o paciente e para o próprio profissional. “Além da redução de gastos, ele vem auxiliar na detecção de perda auditiva para possíveis encaminhamentos, já que em áreas remotas, os pacientes acabam não tendo recursos e acesso aos atendimentos mais específicos”, relata Maíne.
Já se sabe que a teleaudiometria se mostra um método confiável e viável para triagem em escolares. O que resta agora são ações por parte do Estado para que esse método seja amplamente divulgado e implementado nas escolas. “É necessário que haja um programa que envolva o governo, gerenciando treinamento do pessoal que estará envolvido na aplicação da teleaudiometria nas escolas, mas, principalmente, deve haver um respaldo de serviços de saúde da região para acolherem as crianças que falharem na triagem.”