ISSN 2359-5191

24/11/2005 - Ano: 38 - Edição Nº: 21 - Meio Ambiente - Instituto Oceanográfico
Interrupção na emissão de gases não acabaria com efeito estufa

São Paulo (AUN - USP) - Mesmo que a emissão de gases de efeito estufa fosse interrompida imediatamente, as conseqüências do aquecimento da Terra ainda seriam sentidas por muito tempo. Essa afirmação, da professora Ilana Wainer, do Instituto Oceanográfico da USP, dá a medida do tamanho do problema que enfrentamos em relação às mudanças que estão acontecendo no clima global. Wainer, especialista na interação entre oceano e atmosfera explica que o oceano é um meio estável, que demora mais tempo para aquecer e esfriar. As mudanças climáticas já estão ocorrendo e devem se tornar mais perceptíveis. Como não há chance interromper o processo, o mais importante é reunir os conhecimentos científicos para tentar diminuir a vulnerabilidade do homem em relação a essas mudanças.

Em torno desse assunto se reuniram pesquisadores de todo o mundo durante a II Conferência Regional Sobre Mudanças Globais: América do Sul. O evento ocorreu em São Paulo, entre 6 e 10 de novembro, com o objetivo de discutir de maneira multidisciplinar as causas, as conseqüências e o que se deve fazer em relação às mudanças climáticas que estão ocorrendo em todo o mundo.

A emissão de gases de efeito estufa é responsável pelo aumento da temperatura da atmosfera, que acaba por aquecer os oceanos, causando mudanças no clima em escalas regional e global. Projeções em longo prazo confirmam que o aquecimento pode provocar mudanças em todos os ecossistemas da terra, trazendo conseqüências para a vida do homem. O derretimento da neve dos Andes pode comprometer os recursos hídricos dos países sul-americanos e até afetar o processo hidrológico da Bacia amazônica. As altas temperaturas verificadas este ano no Atlântico norte são responsáveis pela pior temporada de furações já estudada, visto que a força dos furacões é diretamente proporcional à temperatura da água. Estes são apenas alguns exemplos do que o aquecimento global pode causar na natureza.

A principal preocupação entre os participantes da conferência é encontrar saídas para minimizar os impactos dessas mudanças na vida dos homens. Como tornar a humanidade menos vulnerável às alterações de temperatura, vegetação, quantidade de chuvas e níveis dos oceanos. Durante a Conferência, grupos multidisciplinares discutiram os problemas que podem surgir em conseqüência das mudanças climáticas, e seus efeitos negativos para a saúde, produção de alimentos e geração de energia nas áreas afetadas. As mesas redondas trataram de assuntos variados, como a criação de modelos para a previsão meteorológica, que devem ser cada vez mais precisos, ajudando os governos a tomar decisões em prazos mais curtos e diminuir o sofrimento das populações, as conseqüências das mudanças de clima nas relações internacionais, os impactos das mudanças nos países emergentes e o risco ambiental envolvido. Uma amostra da amplitude do problema e de seus efeitos sobre a população humana, principalmente a dos países em desenvolvimento, pior preparados para administrar crises desta envergadura.

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