São Paulo (AUN - USP) - A Grande São Paulo produz, diariamente, 100 toneladas de lodo, que é lançado diretamente nos rios, causando assoreamento dos leitos e problemas ecológicos. Mas a engenheira Gladys Fernandes Januário, em sua dissertação de mestrado para a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (POLI-USP), buscou alternativas para destinação do lodo, como os aterros, o esgoto ou a produção de cerâmica.
Segundo Gladys, as alternativas já conhecidas são a disposição em aterros ou o lançamento no sistema de esgotos. “O método [disposição em aterros] exige a desidratação do material por adensamento (flotação ou gravidade) ou sistemas mecânicos (filtro prensa ou centrífuga). Os resíduos também podem ser enviados para Estações de Tratamento de Esgotos (ETEs), o que dispensa a retirada da parte líquida”.
Outra alternativa, que vem sendo estudada, é a utilização do lodo na produção de cerâmica. “O lodo é composto, basicamente, de areia, silte, argila, precipitados de ferro e alumínio usados no tratamento e matéria orgânica. Misturado com argila, o resíduo desidratado pode ser empregado em telhas e tijolos sem função estrutural”, afirma Gladys. “No Brasil, as empresas têm feito testes físicos e químicos nas peças produzidas e experiências na Unicamp não detectaram riscos ambientais no manuseio do material”.
A engenheira afirma que, apesar da possibilidade, as Estações de Tratamento de Água não planejam adaptar-se para a produção de cerâmica. “Porém, o problema dos lodos pode ser resolvido de várias formas, e não apenas com a adoção de uma única técnica”, afirma.