São Paulo (AUN - USP) - A engenheira Dra. Isabella Bellot de Souza Will, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (POLI-USP), desenvolveu um eficiente sistema para tratamento de resíduos industriais tóxicos. Através de energia solar, possibilita-se a empresas de qualquer porte tratar seus resíduos, por meio da decomposição química em foto-reatores.
A técnica consiste basicamente em passar o efluente a ser tratado num tubo de vidro de 1,20 metros de comprimento por 1,20 centímetros de largura. Abaixo do tubo existe um espelho de alumínio, que auxilia a captação de energia solar. O efluente então passa pelos foto-reatores, onde os produtos tóxicos reagem com radicais hidroxila (popularmente conhecido como radicais livres), oxidando-se e sendo degradados.
Uma das vantagens é que a técnica possibilita o tratamento de efluentes industriais que não podem ser tratados por processos convencionais, como a degradação biológica. Além disso, consegue total eficiência na degradação dos compostos tóxicos, o que evita o custo de mais de um processo.
O trabalho foi orientado pelo Prof. Dr. Roberto Guardani, e recebeu o segundo lugar no Prêmio Nacional de Pós-Graduação Braskem-ABEQ. Segundo ele, "o processo é caro, mas esse custo é compensado por duas outras vantagens: a possibilidade de eliminar inúmeros compostos tóxicos e a utilização de energia solar, uma vez que esta corresponde a 60% do custo do tratamento de efluentes industriais. Muitas indústrias de pequeno porte se ressentem da falta de um modo prático de tratar seus resíduos. A técnica usando foto-reatores preenche essa lacuna de modo bastante satisfatório".