São Paulo (AUN - USP - 20 de março de 2007) - A partir do dia 3 de abril deste ano, o CEPEUSP (Centro de Práticas Esportivas da Universidade de São Paulo) abriga o II Curso Pilates em Reabilitação Cardíaca. As aulas, promovidas pela Unidade Clínica de Insuficiência Cardíaca do InCor (Instituto do Coração), são destinadas a profissionais de saúde, como fisioterapeutas e professores de educação física, que pretendem aprender a aplicar o método.

O Método Pilates foi elaborado em 1920 pelo atleta alemão Joseph H. Pilates. É um sistema de exercícios físicos que têm o objetivo de melhorar a flexibilidade, consciência corporal, equilíbrio e força, sem a hipertrofia muscular. Consiste em cerca de 500 exercícios rítmicos e de alongamento, os quais, na utilização de apenas nove aparelhos, exigem concentração e equilíbrio do corpo.

No curso promovido no CEPEUSP, as aulas terão como foco o método como auxiliar no processo de reabilitação cardíaca. “Eu já trabalho com reabilitação cardíaca há cerca de 15 anos, e percebi, nesse período, que o paciente cardiopata não vem apenas com o problema cardiovascular, pois este tem toda uma estrutura por trás, como deficiências de coluna, problemas posturais, de hérnia de disco, entre outros, que precisam ser corrigidos. O paciente, por exemplo, quando é submetido a uma cirurgia cardíaca, sofre um corte longo, que cria uma postura diferente, as quais podem ser tratadas pelo Pilates”, declarou o médico e educador físico Guilherme V. Guimarães, um dos organizadores do programa.

Segundo Veridiana D’Ávila, fisioterapeuta e especialista em fisiologia do exercício, também organizadora do curso, o método pode ser aplicado em todas as pessoas, desde que da maneira correta para as particularidades de cada um. “O professor pode aplicar esse método em qualquer um, mas para um cardiopata, por exemplo, é diferente, não são todos exercícios que eles podem executar. Quanto à idade, a evolução dos exercícios depende da fase motora de cada pessoa”, disse a professora, que visitou recentemente Centros que aplicam Pilates, principalmente em crianças, em Barcelona (Espanha).

Além do auxílio ao processo de reabilitação de indivíduos com deficiências cardiovasculares, o método Pilates, segundo os especialistas, pode ajudar também na profilaxia a problemas do coração. Os professores advertem, todavia, que os exercícios devem ser praticados juntamente com os cuidados necessários a uma vida saudável.

“O Pilates pode ajudar a evitar problemas cardíacos, mas o método, por si só, não atende à necessidade cardiovascular, e esta, por si só, não atende à parte da estrutura do corpo humano”, afirmou Guilherme. “A prevenção pode ser feita pelo método, mas desde que seja em conjunto com a parte cardiovascular”, completou Veridiana.

Outra advertência que os organizadores do curso fazem diz respeito à prática independente do método Pilates. De acordo com Guilherme V. Guimarães, é necessário auxílio especializado para a execução dos exercícios. “Não é aconselhável fazê-los sozinho. Nós temos alguns vícios posturais, que o profissional tem que ensinar e corrigir”, disse.

Esta será a segunda edição do Curso Pilates em Reabilitação Cardíaca. Segundo o professor Guilherme, o saldo do primeiro curso foi satisfatório. “Quem freqüentou a avaliação, deu uma resposta positiva. Tenho contato com alguns profissionais que participaram, na ocasião veio até uma pessoa do Amazonas. Hoje, eles estão desenvolvendo essas técnicas que aprenderam em suas unidades”, afirmou.

As aulas serão ministradas no Laboratório de Atividade Física e Saúde (LatiS), no CEPEUSP. O curso é dividido em três módulos, nos quais o profissional de saúde tem contato com a teoria e ainda passa por um estágio supervisionado com pacientes em processo de reabilitação cardíaca. As inscrições vão até o dia 3 de abril, e o valor total é de R$ 3 000, 00.